São Pαulo Apóstolo fαlα dα Bíbliα como α nossα poderosα pedαgogiα:
“Orα tudo o que se escreveu no pαssado é pαrα nosso ensinαmento que foi escrito, α fim de que, pelα perseverançα e pelα consolαção que nos
proporcionαm αs Escriturαs, tenhαmos α esperançα”
(Rm 15,4).

sexta-feira, 16 de julho de 2010

TP 6 Leitura e Processos de escrita

Um bom texto necessita antes de uma preparação, de uma revisão, de um planejamento. É isso que afirma a Seção 2 da Unidade 23.
Quem não conhece a história da Cinderela? Foi o texto que levei à sala de aula, na verdade quem o levou foi uma aluna que gosta de história de pr
incesas, eu aproveitei a situação.
Utilizando o texto, reservei duas aulas para uma
produção de textos baseada na idéia central do conto de fadas Cinderela: uma mudança de vida radical através de uma oportunidade.
Antes de construir o texto, os alunos responderam um questionário com idéias para a produção com perguntas focadas em:
  • Para quem será escrito o texto
  • Onde acontecerá a história
  • Quem será o personagem principal
A temática era a mesma. Andando pela sala, aju
dando os alunos a organizar as idéias, eu trouxe para o blog um texto simples e que atendeu tudo o que a atividade pedia.

O aluno é Matheus do 6° ano A

"O doidinho que ficou rico

Era uma vez um doidinho que morava na rua, uma vez ele fez uma cabanhinha para ele dor
mir e fazer as coisas que ele quisesse.
Todo dia ele catava latinhas para ganhar dinheiro para não passar fome. Com o dinheiro que era pouco, ele comprava pão todos os dias.
Um vez ele estava catando latinhas em um bar e o
dono desse bar estava precisando de um ajudante e chamou ele:
- Você quer começar a trabalhar aqui que dia?
O doidinho falou:
-Hoje. Agora!
O dono do bar falou:
-Tá bom, vem aqui e veste outra roupa. Tira essa roupa fedendo e veste uma roupa limpa. Agora você vai morar aqui.
Depois de uns 10 anos o bar virou um restaurante e veio um inglês para o Brasil procurando um modelo.
O inglês foi jantar no restaurante e o doidinho qu
e não era mais doidinho foi atender o inglês. Ele pediu camarão e lagosta, ele falava português.
Terminando de jantar chamou o doidinho para perguntar se ele queria ir para os Estados Unidos para ser modelo. Ele aceitou e foi de avião.
Ficou lá uns cinco anos e ficou bilhonário, voltou para o Brasil e comprou o restaurante que trabalhava antes, virou dono de restaurante, adotou um filho e ficou muito feliz."

TP 6 Leitura e Processos de escrita

Tese e argumentos, esse é o assunto da Unidade 21.
No encontro com o formador, ele nos nos deu uma determinada situação do cotidiano escolar: Um aluno e seu professor vão até a diretoria porque o professor não quer aceitar que o mesmo aluno entregue seu trabalho pois a data de entrega já ha
via passado.
Rubem sorteou entre os gestaleiros presentes quem faria o papel do aluno e do professor, o restante estaria no lugar do diretor.
Usando de vários argumentos (por raciocínio lógico, de autoridade, por exemplo, baseados em provas concretas e no senso comum), o "professor"
e o "aluno" tentavam nos convencer de que era o correto.
Mais tarde fiz o mesmo com minha turma do 6° ano, lemos a crônicia "Esmeraldo, o garçom" de Laé de Souza.

"Esmeraldo servia um bife acebolado, enquanto outro cliente fazia insistentes sinais chamando-o. Ele, fingindo não perceber para não interferir no seu trabalho, atendeu com presteza e só então deslocou a sua visão à outra mesa. (Aí que descobri que quando chamamos um garção e parece que ele não vê, às vezes está vendo e finge que não vê). Acostumado com os tipos e pela cara sentiu que era reclamação, e era mesmo. O sujeito, irritado, sentia-se indignado com a refeição. O macarrão estava grudado e o molho salgado.

Esmeraldo, educadamente, perguntou:

- Como é o seu nome, senhor?

O cliente mais irritado ainda respondeu:

- Jonas.

- Pois é senhor Jonas, vou lhe explicar como funcionam as coisas -, disse-lhe Esmeraldo. – A minha função aqui, é a logística. Ou seja, coleto os pedidos do cliente, passo para a copa, que manda para a cozinha. Daí para a frente não interfiro em nada, até que eu ouça dois toques da sineta, o sinal de que o meu pedido está à disposição. Então apanho a mercadoria, vejo se está bem separada, cada qual em sua bandeja e faço a distribuição para os clientes. Quanto a verificar se os produtos estão perfeitos, se a qualidade é boa, foge ao meu alcance e se o fizesse, estaria me intrometendo no trabalho de outro setor, com o que o senhor há de concordar, seria antiético.

Agora, é responsabilidade minha e o senhor pode me chamar a atenção que eu vou abaixar a cabeça, se ocorreu alguma coisa que me diz respeito como: Seu pedido veio trocado? Sua cerveja chegou quente? O refrigerante diet da sua esposa e as cocas normais dos seus filhos não vieram certinhos, como pedidos? Sua comida veio misturada, decorrente do transporte da copa até a sua mesa? Deixei cair um copo ou derramei molho na mesa ou em algum dos senhores?

O senhor pode não ter percebido, senhor Jonas, mas a sineta tocou e eu já corri para trazer sua refeição. Se houve demora, foi lá para dentro, mas não no serviço de distribuição. Agora, se o senhor quer fazer reclamação do serviço da produção, posso chamar o cozinheiro ou então o senhor Manoel, que é o dono, portanto, é quem tem que ouvir essas reclamações, não eu. Aliás, aqui pra nós, acho que o senhor tem que reclamar com ele sim, porque esse cozinheiro é muito folgado e anda fazendo as coisas de qualquer jeito. É a segunda reclamação injusta que recebo hoje. Que culpa tenho eu, senhor Jonas, que estou aqui do lado de fora, nem sabendo do que está acontecendo lá por dentro e alguns clientes sem atentar para isto, me chacoalham? O senhor, sinceramente, não acha que é injusto seu Jonas? Vou chamar o seu Manoel, o senhor reclama do macarrão, do molho e, não diga que falei nada, mas pode reclamar que a carne está dura, porque sei que está, pois, uns dois clientes já reclamaram. Lá está o seu Manoel. Seu Manoel! Seu Manoel , faz o favor!

Enquanto o Sr. Manoel se aproximava, Esmeraldo cochichou para o cliente:

- O senhor pode reclamar do que quiser seu Jonas, mas não da comida fria, porque se esfriou, foi por culpa sua que iniciou a conversa, deixando-a esfriar.

Jonas, mulher e filhos boquiabertos olhavam para o Esmeraldo e o Sr. Manoel, que todo solícito dizia um “pois não”, bem macio."

Dada a situação entre o cliente e o garçom, deixei a critério dos alunos quem defenderia o cliente e quem faria o papel de garçom. Ficamos a aula toda trabalhando a oralidade e a argumentação dos alunos.
Muito proveitoso e divertido.

TP 5 Estilo, coerência e coesão


No estudo com o TP 5, o professor Rubem dividiu os cursistas em grupos para um seminário, dividiu também as seções que cada grupo iria explanar.
Meu grupo, formado por Tia Dilma, Dulce e Telma, ficou com a Unidade 18 - Coerência Textual.
Decidimos fazer um trabalho mais cômico, com uma entrevista dramatizada, na qual a entrevistada não respondia as perguntas da r
epórter e fazia confusão com a mesma, houve também um quebra-cabeças e o uso do data-show.
Com minhas colegas, planejamos o seminário, mas no dia da apresentação não pude ir pois estava fazendo um cursinho para um concurso público.
Essa aula foi concluída com a palavra do formador Rubem sobre os trabalhos apresentados e a preparação para o próximo encontro.

TP 5 Estilo, coerência e coesão

Adorei o Avançando na Prática da Seção 3 da Unidade 19! Não pensei duas vezes ao decidir que começaria o meu ano letivo de 2010 com essa atividade.
Como professora, preciso diagnosticar minha clientela antes de trabalhar. Encontrei nessa atividade, uma brincadeira, um trabalho de produção, avaliação de ortografia e a nossas inseparáveis coerência e coesão.
Levei até a sala de aula essa "brincadeira" com o nome
de Texto Maluco, o que atiçou a curiosidade do alunado. De posse de 5 saquinhos de tecido coloridos, distribui a cada aluno uma folha em branco e coloquei no quadro as 5 perguntas.

1)O que aconteceu?
2)Onde aconteceu?
3)Quando aconteceu?
4)Quem foram os envolvidos?
5)Qual foi o desfecho da história?

Com todos aqueles olhos curiosos para mim, expliquei o que se passava e como iriam realizar a "brincadeira".
Depois de respondidas as perguntas, as respostas foram recortadas e colocadas em cada saquinho de acordo sua numeração, resposta 1
no saquinho 1, resposta 2 no saquinho 2 e assim por diante.
A construção do texto maluco resultou em muitas obras supercriativas, outras muito bem escritas, muitos problemas ortográficos, falta de coesão total... tive muito trabalho para ajudar cada um a refazer o texto.
Abaixo, alguns textos.
(os erros ortográficos estão inclusos, optei por não colocar os nomes dos autores)



"O cachorro atropelado

O cachorro moreu atropelado na pista por causa que ele estava atravesando, aí veio um caminhão e atrupelou ele.
Ele teve sorte por que ele só desmaiou e ele viu toda a familha ao redor dele e ficou feliz.
Ontem quando ele estava desmaiado quando abriu os olhos olhou pra todo mundo e viu a cara de pena."

"O menino

Era uma vez um menino muito obediente, ele gosta muito de correr, ele caiu no buraco e se machucou.
Ele foi para o hospital e o médico cuidou dele muito bem.
Foi no dia primeiro de janeiro que ele foi pra sua casa, mesmo depois o médico foi até lá dar uma olhadia no menino."
"O rato e teia de aranha

Em um belo dia eu e o meu rato estava brincando na rua de pique pega e veio o carro e a moto atrás do carro e desviou e a moto não pasou por sima do meu rato.
No mesmo dia o rato foi enterrado no quintão da minha casa.
A contese que eu estava tirando a teia de aranha e o gato saiu correndo e a conteseu essa tragédia"

Projeto Leitura e Cidadania

Ainda estávamos estudando o TP 4, quando minha queridíssima Tia Dilma me convidou a colaborar com um projeto que seria realizado por suas turmas do ensino médio. Com muito gosto aceitei. Abaixo está a apresentação e desenvolvimento do trabalho realizado.


ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA JANE ASSIS PEIXOTO-ENSINO MÉDIO

DIRETORA: DOLIVETE CAMPOS DE MELO ALMEIDA

PROFESSORA E GESTALEIRA: MARIA DILMA CARMONA GODINHO

GESTALEIROS COOPERADORES:ABSMAEL FERREIRA, MARIA DULCINEIA SILVA TEIXEIRA, RUTY VAQUEIRO RIOS

FORMADOR DO GESTAR II: RUBEM P. OLIVEIRA- TP4 – DATA: 25/09/2009

SÉRIES: 1ª SÉRIES DO ENSINO MÉDIO – TURNO MATUTINO

HISTÓRIAS DE VIDA EM LEITURA E CIDADANIA

JUSTIFICATIVA:

É preciso tecer considerações sobre a importância da leitura no desenvolvimento e exercício da cidadania, como direito à informação, como instrumento para melhoria da condição social e humana. A leitura é a mola propulsora na libertação do pensamento e desencadeamento de ações. É uma janela no tempo e no espaço, pois amplia horizontes e possibilita o fortalecimento de idéias, significando reforçar a competência individual e coletiva para entender, utilizar, refletir e discutir. Além do mais, os processos de leitura são essenciais na intervenção da escrita e produção de textos.

OBJETIVOS:

- Incentivar ler, como forma de compreensão de mundo e de aquisição de diferentes linguagens, numa visão, não só pedagógica, mas também social e cultural;

- Motivar a leitura, compreendendo que para escrever e produzir bem, é preciso ser bom leitor;

- Despertar o prazer de ler, sem aceitar tudo o está escrito, mas ler para discordar, concordar, interpretar, construir sentidos, dialogar com o que lê;

- Ver a importância de ler textos significativos;

- Fazer leituras que possibilitem conhecer e refletir as leis que fundamentam a escola inclusiva, onde os alunos aprendem a conviver com as diferenças e se tornam cidadãos solidários;

- Tornar o direito de ler e compreender, como meio de exercer a cidadania.

PROCEDIMENTOS NO EVENTO:

APRESENTADOR: O presente trabalho trata das “Histórias de Vida”- “Leitura e Cidadania”. A proposta é incentivar “ler” como forma de compreensão de mundo e de aquisição de diferentes linguagens, numa visão, não só pedagógica, mas também social e cultural. Ler é encontrar o que está explícito e o que está implícito no texto, formando o nosso próprio pensamento crítico, é alargar horizontes, descortinar uma realidade possível, reestruturando a leitura de seu mundo, transformando-se.

- LEITOR – Adoro ler e nas revistas que leio tenho a oportunidade de questionar sobre a responsabilidade social do ser humano na Sociedade do Conhecimento. Leio histórias de vida...Entre elas...

· Desabafo de um idoso me emociona!

Klebber S. Nascimento – 26/08/2009.

DESABAFO DE UM IDOSO

Estou velho.Não gosto dos sem terra. Dizem que isto é ser reacionário, mas não gosto de vê-los invadindo fazendas, parando estradas, ocupando linhas de trens, quebrando repartições públicas,tentando parar o lento progresso do Brasil. Estou velho.Não acredito em cotas para negros e índios. Dizem que sou racista. Mas para mim racista é quem julga negros e índios incapazes de competir com os brancos em pé de igualdade. Eu acho que a cor da pele não pode servir de pretexto para discriminar, mas também não devia ser fonte para privilégios imerecidos, provocando cenas ridículas de brancos querendo se passar por negros. Estou muito velho.Não quero ouvir mais noticias de pessoas morrendo de dengue. Tapo os ouvidos e fecho os olhos, mas continuo a ouvir e ver. Não quero saber de crianças sendo arrastadas em carros por bandidos, ou de uma menininha jogada pela janela em plena flor de idade. Ou de meninos esquartejaos pelos pais por serem 'levados'... Meu coração não tem mais força para sentir emoções. Me sinto mais velho que o Oscar Niemeyer. Ele, velho como é, ainda acredita em comunismo, coisa que deixou de existir. Eu não acredito em nada.Estou cansado de quererem me culpar por não ser pobre, por ter casa, carro, e outros bens, todos adquiridos com honestidade, por ser amado por minha mulher e filhos. Nada mais me comove...Estou bem envelhecido.E acabo de cometer mais um erro! Descobri que ainda sou capaz de me comover e de me emocionar. O patriotismo de uma jovem de Joinville usando a letra do Hino Nacional para mostrar o seu amor pelo Brasil me comoveu.Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi: 'Dai pão a quem tem fome'.Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade. E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um texto, que demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de patriotismo. Leiam o que escreveu essa jovem. É uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que é este sentimento cívico:

“Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar:
O que houve, meu Brasil brasileiro?Perguntei-lhe! E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo...Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante.Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes? Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil.Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido."

Mesmo que ela seja a ultima brasileira patriota, valeu a pena viver para ler o texto. Por isso estou enviando para vocês.Detesto correntes na Internet...mas agora que me tornei um velho emocionado, vou romper com este hábito.
De alguém que ama muito o Brasil."

(Fonte: Por e-mail do castelo.branco@terra.com.br) Adail Bessa de Queiroz

- LEITOR: Parabéns a essa jovem patriota de Joinville...redação emocionante...não vejo redação com esse gabarito há muito tempo..., o texto emociona mesmo, parabéns!

APRESENTADOR: Lembre-se que para escrever bem, é preciso ser bom leitor. Deste modo, nota-se que a leitura de mundo ajuda no desenvolvimento do pensamento e, por sua vez, o pensamento mais desenvolvido auxilia a linguagem e a aprendizagem. Sabe-se ainda, que ao ler a palavra do outro, pode-se descobrir nela, outras formas de pensar, que contrapostas às nossas, por exemplo, poderão nos levar à construção de novas formas e assim sucessivamente.

LEITOR:- Outro dia li neste jornal uma história de vida, num poema, que me emocionou muito...

· Quando matam um sem terra...

Quando matam um Sem Terra por Pedro Munhoz

1.Quem contar traz à memória,sabendo que a dor existe,
quando a morte ainda insiste,
em calar quem faz a História.
Pois quem morre não tem glória,
nem tão pouco desespera,
é um valente na guerra,
tomba, em nome da vida.
Da intenção ninguém duvida,
quando matam um Sem Terra.

2.Foi assim nesta jornada,
quando mataram mais um,
o companheiro ELTON BRUM,
não teve tempo pra nada.
Numa arma disparada,
o Estado é quem enterra
e uma vida se encerra,
em nome da covardia.
Toda a nossa rebeldia
quando matam um Sem Terra.

3.È o desatino fardado,
armado até os dentes,
até esquecem que são gente,
quando estão do outro lado.
E vestidos de soldado,
todo o sonho dilacera,
violência prolifera
tiro certeiro, fatal.
Beiram o irracional,
quando matam um Sem Terra.

4.Quem és tu, torturador,
que tanta dordesatas,
desanima e maltrata
o humilde plantador?
Negas a classe, traidor,
do povo tudo se gera,
te esqueces deveras debaixo de um capacete.
Dá a ordem o Gabinete,
quando matam um Sem Terra.

5.Em algum lugar da pampa,
ELTON deve de estar,
tranquilo no caminhar,
jeito humilde na estampa.
E algum céu se descampa,
coragem se retempera,
outras batalhas se espera,
dois projetos em disputa.
Não se desiste da luta,
quando matam um Sem Terra.

APRESENTADOR: A leitura deveria ser, para o adolescente, tão boa quanto comer um chocolate. A leitura tem que ser uma coisa doce, e não algo imposto. Quem não lê como criança, não vai ler como adulto.

LEITOR:- É verdade. Também gosto muito de ler livros de poesias. Leio, como criança e leio, como adulto. Nesta história de vida.

· “O Bicho” de Manuel Bandeira, diz assim...

OBICHO
MANUEL BANDEIRA

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

APRESENTADOR: Leitura não se restringe ao ato de ler livros, mas também de ler jornais, revistas, filmes, quadros, charges e outros textos.

LEITOR:- Gosto muito de ler. A leitura é uma janela no tempo e no espaço. Não basta ler. É preciso analisar, discutir, interpretar para dar sentido a leitura. No meu livro didático encontrei uma história de vida bem interessante.

· Carta ao inquilino.

CARTA AO INQUILINO

O Presidente, em Washington, informa que deseja comprar nossa terra. Mas como é possível comprar ou vender o céu, ou a terra? A ideia nos é estranha. Se não possuímos o frescor do ar e a vivacidade da água, como vocês poderão comprá-los?Cada parte desta terra é sagrada para meu povo. Cada arbusto brilhante do pinheiro, cada porção de praia, cada bruma na floresta escura, cada campina, cada inseto que zune. Todos são sagrados na memória e na experiência do meu povo.

Conhecemos a seiva que circula nas árvores, como conhecemos o sangue que circula em nossas veias. Somos parte da terra, e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo e a grande águia são nossos irmãos. O topo das montanhas, o húmus das campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, pertencem todos à mesma família.

A água brilhante que se move nos rios e riachos não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se lhes vendermos nossa terra, vocês deverão lembrar-se de que ela é sagrada. Cada reflexo espectral nas claras águas dos lagos fala de eventos e memórias na vida do meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai.Os rios são nossos irmãos. Eles saciam a nossa sede, conduzem nossas canoas e alimentam nossos filhos. Assim, é preciso dedicar aos rios a mesma bondade que se dedicaria a um irmão.

Se lhes vendermos nossa terra, lembrem-se de que o ar é precioso para nós, o ar partilha seu espírito com toda a vida que ampara. O vento, que deu ao nosso avô seu primeiro alento, também recebe seu último suspiro. O vento também dá às nossas crianças o espírito da vida. Assim, se lhes vendermos nossa terra, vocês deverão mantê-la à parte e sagrada, como um lugar onde o homem possa ir apreciar o vento, adocicado pelas flores da campina.

Ensinarão vocês às suas crianças o que ensinamos às nossas? Que a terra é nossa mãe? O que acontece à terra acontece a todos os filhos da terra.O que sabemos é isto: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas, assim como o sangue nos une a todos. O homem não teceu a rede da vida, é apenas um dos fios dela. O que quer que ele faça à rede, fará a si mesmo.Uma coisa sabemos: nosso deus é também o seu deus. A terra é preciosa para ele e magoá-la é acumular contrariedades sobre o seu criador.

O destino de vocês é um mistério para nós. O que acontecerá quando os búfalos forem todos sacrificados? Os cavalos selvagens, todos domados? O que acontecerá quando os cantos secretos da floresta forem ocupados pelo odor de muitos homens e a vista dos montes floridos for bloqueada pelos fios que falam? Onde estarão as matas? Sumiram! Onde estará a águia? Desapareceu! E o que será dizer adeus ao pônei arisco e à caça? Será o fim da vida e o início da sobrevivência.

Quando o último pele-vermelha desaparecer, junto com sua vastidão selvagem, e a sua memória for apenas a sombra de uma nuvem se movendo sobre a planície… estas praias e estas florestas ainda estarão aí? Alguma coisa do espírito do meu povo ainda restará?Amamos esta terra como o recém-nascido ama as batidas do coração da mãe. Assim, se lhes vendermos nossa terra, amem-na como a temos amado. Cuidem dela como temos cuidado. Gravem em suas mentes a memória da terra tal como estiver quando a receberem. Preservem a terra para todas as crianças e amem-na, como Deus nos ama a todos.Assim como somos parte da terra, vocês também são parte da terra. Esta terra é preciosa para nós, também é preciosa para vocês. Uma coisa sabemos: existe apenas um Deus. Nenhum homem, vermelho ou branco, pode viver à parte. Afinal, somos irmãos.

Texto integral retirado do livro “O Poder do Mito”.

APRESENTADOR: O importante é criar espaços, no sentido de desenvolver o gosto pela leitura do texto, trocar experiências. Paulo Freire, assim define leitura: “eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu ponho uma cadeira e convido o autor, não importando qual, a travar um diálogo comigo.”

LEITOR: Paulo Freire define bem a leitura. Eu sou assim. Ponho uma cadeira carinhosamente e convido o autor a travar um diálogo comigo. No mundo da leitura digital, viajo, vou a Paris, Japão, Inglaterra, percorro o mundo inteiro e quando volto ao meu país, fico paralisada quando leio novamente histórias de vida, como o depoimento de pessoas discriminadas, indicando que...

· O preconceito racial ainda continua...

O PRECONCEITO RACIAL

No ano passado, eu passeava num shopping de Curitiba com a minha mãe, quando gostei de uma blusa. Entrei na loja. Vi o preço. Era caríssima. Mesmo assim, quis experimentar. Mas ninguém me atendia. As vendedoras me olhavam de cima para baixo.Olhavam e faziam que não me viam. Fiquei nervosa e fui embora. Disse à minha mãe o que tinha acontecido. Decidi, então, voltar. Entrei e contei até dez. Todos continuavam a me ignorar. Aí explodi. “Será que tenho de abrir minha bolsa e mostrar o cartão de crédito?” Virei as costas e saí. A gerente então correu atrás de mim. Tentou me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negra não posso ter dinheiro? O preconceito existe, sim!

Cinthya Rachel, 18 anos, a Biba do Castelo Rá-Tim-Bum

APRESENTADOR: O leitor maduro não aceita tudo o está escrito, discorda, concorda, interpreta, constrói sentidos, dialogando com o que lê. Deste modo, ressalta-se aí, a importância dos textos significativos. Tão significativos como ser, não só “o leitor”, como também fazer parte da história:

LEITOR: A leitura possibilita conhecer e refletir as leis que fundamentam a escola inclusiva, onde os alunos aprendem a conviver com as diferenças e se tornam cidadãos solidários. Leio muito..., leio tudo..., propaganda, panfleto, contos, romances, revistas em quadrinho, receita culinária, manual de direitos e deveres.

APRESENTADOR: TER O DIREITO DE LER E COMPREENDER, É EXERCER A CIDADANIA.

COREOGRAFIA:

Anjos das Ruas- Rosa de Saron

Composição: Eduardo Faro

Vendendo seus corpos por poucos trocados Andando pelas ruas
Eu vejo algo mais do que arranha-céus
É a fome e a miséria
Dos verdadeiros filhos de Deus
Vejo almas presas chorando em meio a dor
Dor de espírito clamando por amor

Anjos das ruas
Anjos que não podem voar
Pra fugir do abandono
E um futuro poder encontrar
Anjos das ruas
Anjos que não podem sonhar
Pois a calçada é um berço
Onde não sabem se vão acordar

Às vezes se esquecem que são seres humanos
Com um coração sedento pra amar

Sem medo da morte o relento é seu lar
Choros, rangidos, almas pra salvar

- DISTRIBUIÇÃO DE LIVRETES “BRINCAR DE LER”

DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS:

Dedicamos este trabalho ao corpo administrativo da escola, pelo apoio e atenção dispensada. Aproveitamos a oportunidade para tecer elogios e agradecimentos às professoras Janaína e Clláudia e a todos os alunos, que nos proporcionaram a oportunidade de satisfazer requisitos das práticas do GESTAR II.

PARTICIPANTES:

AUTORIA E DIREÇÃO: profª e gestaleira Maria Dilma Carmona Godinho

ORGANIZADORA DO PROJETO: coordenadora e gestaleira Maria Dulcinéia Silva Teixeira

APRESENTADOR: Absmael Ferreira – gestaleiro e cooperador

LEITORA: Josiane Alípio – 1º B

IDOSO: Igor de Oliveira – 1º B

JOVEM DE JOINVYLLE: Neiriane Nascimento– 1º B

SEM-TERRA: Tiago do Nascimento– 1º B

POEMA “O BICHO”: Fabíola Almeida Santos– 1º A

O BICHO: Dridson– 1º C

O INQUILINO (índio): Cassiano Lourenço dos Santos– 1º D

PRECONCEITO RACIAL: Guinélia Pinto Gonçalves– 1º B

COREÓGRAFAS: Anystele, Fabiana, Andressa, Juliana e Beatriz– 1º C e 1º D

VOZ e VIOLÃO: Ruty e Vítor Rios - gestaleira e cooperadora / formador do Gestar II de Matemática

COOPERADORAS: Jéssica e Elisiane - 1º D